
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) é uma espécie exclusiva do Brasil – atualmente, porém, há apenas 11 aves em território nacional (leia mais abaixo). A previsão é de que os animais desembarquem no país no primeiro trimestre de 2019, após um período de aclimatação.
Um memorando entre os centros de conservação e o governo brasileiro foi assinado em Bruxelas, capital da Bélgica. "A assinatura desse documento é um marco histórico da luta pela preservação das espécies", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.
O caminho de volta
Para que as ararinhas possam voltar, elas precisam ser readaptadas ao clima. Por isso, nesta quinta-feira (28), será inaugurado em Berlim, capital da Alemanha, um viveiro climatizado para reprodução e reintrodução do animal no Brasil.
Além do novo ambiente em Berlim, os zoológicos europeus vão ajudar na construção de um centro de reintrodução da espécie em Curaçá (BA) – o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-azul. A inauguração do lugar é uma das ações do plano de conservação que pretende aumentar a população manejada em cativeiro, além de recuperar o habitat de ocorrência do pássaro.
A população de ararinhas no Brasil passou de 79 para 158, de 2012 a 2018. O número é maior do que a meta mínima estabelecida pelo governo federal para 2021, de 150.
Globo Natureza apresenta refúgio de ararinhas na Caatinga, na Bahia
A ararinha-azul é uma espécie da Caatinga e considerada uma das aves mais ameaçadas do mundo. Em 2000, o animal foi classificado como Extinto na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.
O declínio da ararinha foi atribuído a dois fatores principais, segundo o ministério: a destruição em larga escala do seu habitat e a captura para comércio ilegal nas últimas décadas.
Ambiente preservado
O "refúgio" criado em Curaçá tem 29,2 mil hectares. Junto da Área de Proteção Ambiental da Ararinha-azul, em Juazeiro (BA), as unidades tentarão trabalhar também pela conservação da Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro.
A expectativa do programa é de reintroduzir na natureza as primeiras ararinhas-azuis a partir de 2021. Essas unidades também irão incentivar políticas para a melhoria da qualidade de vida da população local, por meio de projetos de produção sustentável, turismo, conservação e pesquisa.