segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Por que sai do Twitter?

 

Olá, Araras Azuis!
Desculpem a ausência. Eu estava cheia de problemas pessoais nas últimas semanas e desativei minha conta do Twitter — na verdade, as duas: a que eu usava para falar sobre araras e a de estudos. Bem, eu já estava usando menos o Twitter e decidi fazer isso agora.

Não quero criticar ninguém nem falar de política, mas terei que mencionar algo. Desde que o Elon Musk comprou o Twitter, a "liberdade de expressão" foi totalmente liberada, e com isso, grupos nazistas começaram a se manifestar e cometer crimes horríveis. Surgiram imagens com gore, comentários racistas e homofóbicos.

O pior foi que, na minha conta de estudos, eu comentei um tuíte de um mutual meu sobre como a bolha nazista cresceu. Depois desse comentário, esses nazistas começaram a me perseguir, assim como meus amigos, enviando gore e outras coisas horríveis. Eles também começaram a falar coisas absurdas na minha página sobre araras.

Eu já estava inativa, e isso foi a gota d’água. Por isso, excluí minhas contas lá.


Por isso, o Twitter foi suspenso pelo Alexandre de Moraes em agosto, justamente por causa dessa "liberdade de expressão" que deu palco para nazistas. Talvez eu crie uma conta no Bluesky, já que as regras são rígidas e a comunidade parece ser mais amigável.



Outro problema foram as comunidades nocivas do Twitter, principalmente o EDTWT.

O termo "EDTWT" (Eating Disorder Twitter) se refere a comunidades formadas dentro do Twitter por jovens que se reúnem para discutir, de forma aberta, comportamentos prejudiciais relacionados à alimentação, como dietas extremas, uso de laxantes e outros métodos perigosos para emagrecer.

Em muitos desses espaços, os participantes trocam dicas sobre o que comer, compartilham suas rotinas alimentares e, frequentemente, encorajam uns aos outros a adotar práticas autodestrutivas.

Em uma das mensagens postadas, vi uma montagem com fotos de antes e depois de uma garota que comemorava a perda de peso. O que mais me chamou a atenção foi a presença de marcas de automutilação no braço da jovem.

Isso acabou sendo um gatilho para mim, porque, na adolescência, também tive problemas semelhantes.

Estou em busca de mudanças neste Ano Novo. Quero melhorar, me tornar uma pessoa melhor, não cometer os mesmos erros e realmente buscar transformação. Não posso continuar em uma rede social que acaba com a minha saúde mental, cheia de conteúdos nocivos e ideologias com as quais sou totalmente contra.

Por isso, decidi sair do Twitter. Em breve, pretendo criar uma conta no Bluesky, uma rede social que parece bem mais positiva. Por enquanto, continuo no Instagram e no TikTok.

Feliz Ano Novo! Todos podemos mudar e melhorar. 😊🎉

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Um poema sobre a Ararinha Azul!!

Olá, Araras Azuis!

Como muitos sabem, eu gosto muito de escrever, e recentemente escrevi um poema sobre a Ararinha-Azul. No começo, hesitei em postar porque achei patético, mas lembrei que, quando era mais nova, costumava compartilhar aqui textos e poemas sobre araras. Então, decidi postar aqui também. Quem sabe isso sirva para algo, nunca se sabe! Espero que gostem.😊

Doce ararinha azul, que encanto és,
Tua cor brilha no céu, um poema sem revés.
Quero ver-te livre, a voar tão feliz,
Deslizando pela caatinga, onde a vida te diz:

“Bem-vinda de volta, ao teu lar natural,
Onde o vento te embala e o sol é teu sinal.”
Quero ver-te segura, sem medo ou perigo,
Um símbolo de vida, um tão puro abrigo.

Ah, como é belo o azul que trazes,
Nas penas claras, em leves fases.
És o respiro da terra, o orgulho que inflama,
Ararinha, és a esperança que sempre nos chama.

Voa, doce ave, pelo céu a brilhar,
Que a caatinga te acolha, e ali possas ficar.
Quero ver-te bem, tua paz preservar,
E pelos teus olhos, o azul festejar.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Novos Projetos?

Olá, Araras Azuis!

Perdoem meu sumiço. Estive ausente devido à minha rotina de estudos, provas, trabalhos da faculdade e alguns probleminhas pessoais. Mas agora estou de volta!

Gostaria de compartilhar uma novidade: estou trabalhando em um novo projeto, uma série de vídeos e artigos sobre araras, que eu mesma irei produzir e postar no blog e no YouTube. O objetivo deste projeto é trazer informações para vocês.

Além disso, pretendo voltar a postar no Instagram, TikTok e X (antigo Twitter). Infelizmente, a falta de tempo me impediu de me dedicar antes.

Bem, é isso. Até breve! Beijos! 😊

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Filhote de arara-azul nasce após ovo ser resgatado do incêndio no Pantanal

 

Olá Araras Azuis!!! Hoje eu trago Noticias Maravilhosas!!Sensacional! Pesquisadores resgataram um ovo no meio do incêndio no Pantanal e dele nasceu o primeiro filhote de arara-azul da temporada na região. O ovinho resistiu ao intenso fogo que atingiu 80% do bioma.

O Instituto Arara Azul, na fazenda Caiman, em Miranda, no Mato Grosso do Sul, comemorou o “milagre”.

“Muito feliz. É o primeiro filhote depois do fogo, um filhote que traz muita esperança pra gente”, afirmou a veterinária Maria Eduarda Monteiro.

Como encontraram

Depois dos incêndios, as araras-azuis voltam aos ninhos para checar os ovos ou mesmo para colocar novos.

Em busca de filhotes e de resgatar as aves, os pesquisadores monitoram os ovos da temporada. Eles sobem nas árvores e examinam as folhagens, os galhos e cada detalhe.

Foi assim que acharam alguns ninhos de pássaros no meio dos escombros. O incrível é que a caixa-ninho estava intocada, por isso a pequena arara-azul sobreviveu.

“Apesar do fogo, e tudo que passou, ele tá bem, com o papo cheio, e os pais estão aqui do lado. Já vou liberar aqui para ela poder vir cuidar do filhote”, disse o assistente de campo Lucas Rocha ao Um So Planeta .

Essa área de proteção e pesquisa, no Pantanal, é considerada a maior do mundo dedicada à espécie.

Maior seca em 70 anos

Depois dos incêndios, os pesquisadores intensificam o trabalho de alimentar e dar água para as aves porque, o fogo destrói as frutas disponíveis e a água fica escassa.

Neste ano, o Pantanal registrou a maior seca em 70 anos, de acordo com o governo federal.

Infelizmente os incêndios causaram perdas de dois ovos dos 21 que vinham sendo monitorados. Porém, o resgate do filhote foi recebido com imensa alegria pelos cientistas.

Foi o primeiro registrado na temporada reprodutiva de 2024.

Preservação ambiental

A base de Caiman do Instituto Arara Azul funciona desde 1998 numa fazenda. O local é uma área particular com pousadas e reserva permanente.

As araras-azuis fazem parte do espetáculo natural do Pantanal.

Lindas, voam livremente na região. A expectativa de vida delas é de 50 anos.

Até 2014, a arara-azul estava na lista das espécie em extinção, mas graças ao esforço coletivo de ambientalistas e pesquisadores, elas foram retiradas dessa lista e estão voltando aos poucos à natureza.


Fogo atinge 80% de santuário das araras azuis no Pantanal


 Olá Araras Azuis!!! Hoje eu trago péssimas notícias!!

No céu sem nuvens tingido de fumaça, dezenas de araras-azuis interrompem o tradicional voo em linha reta para se desviar das chamas que encolhem o seu mundo. Inclemente, o incêndio no Pantanal está devastando a fazenda São Francisco do Perigara, santuário que concentra 15% da população livre da espécie, ameaçada de extinção.

Localizada a 150 km em linha reta de Cuiabá, a propriedade rural, considerada o maior refúgio mundial da arara-azul, já perdeu ao menos 70% dos cerca de 25 mil hectares, quase tudo vegetação nativa. No Pantanal, o fogo neste ano consumiu 1,5 milhão de hectares, ou 10% de sua área.

"No período das chuvas, no início do ano, a fazenda não teve a inundação normal, o Pantanal estava seco", afirmou, via WhatsApp, Ana Maria Barretto, sobre a propriedade adquirida pela sua família em 1960. "Esse cenário de seca descomunal, ventos e calor gerou um desastre sem precedentes."

Descontrolado, o fogo ameaça um esforço de décadas de preservação da espécie na fazenda, resultado do empenho da família Barretto, hoje representada pelas irmãs Ana Maria e Ignez, e de uma aliança com pesquisadores ligados ao Instituto Arara Azul, que monitoram as aves ali desde 2001.O instituto estima que haja 6.000 araras-azuis na natureza, dos quais 700 estão na fazenda São Francisco.Vítima do tráfico e da degradação do habitat, a espécie é a maior entre os psitacídeos, família que reúne também papagaios e periquitos.

Chega a um metro da ponta do bico à cauda e pesa até 1,3 kg. A ave está classificada como vulnerável pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza, na sigla em inglês). A boa notícia é que, em dezembro de 2014, deixou o Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção do Brasil.

O motivo da concentração na fazenda é contraintuitivo. Em geral vilã do meio ambiente, a pecuária praticada ali interage de forma positiva com as araras-azuis. Antes das queimadas, era comum vê-las perto dos bois, para se alimentar.

Os troncos em brasa lembram que a crise está longe do fim -as chuvas regulares só voltam em outubro.O impacto na fauna é enorme. Um bando de dez macacos-prego jazem no chão, calcinados lado a lado. Um veado morto na terra arrasada atraía urubus. Debilitados e magros, outro veado, jovem, e um cachorro-do-mato usaram as últimas forças para tentar se esconder da nossa presença humana.

"Certamente, afetará a oferta de alimentos", afirma Guedes, professora da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), em Campo Grande.

Com muito esforço, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e os funcionários da fazenda conseguiram, até agora, salvar tanto ninhos naturais, localizados nos troncos macios da árvore da espécie manduvi, quanto artificiais, instalados pelos pesquisadores do instituto.

Um importante ninhal agora é uma ilha cercada de vegetação queimada.

Os bombeiros e os funcionários da fazenda isolaram a área por por meio de aceiros (faixas de terra exposta abertas com trator) e da técnica do contrafogo, em que a vegetação próxima é incendiada de propósito durante a noite, quando o fogo é mais brando.

"Com relação à reprodução, as poucas cavidades que restarem serão altamente disputadas e ocupadas por abelhas, o que afetará o sucesso reprodutivo das aves na região. Além das araras-azuis, ao longo dos anos foram registrados a reprodução das araras-vermelhas, ararinha de colar, tucanos, gaviões, corujas, urubus, pato-do-mato e mais 15 espécies", afirma Guedes.

Outro lugar a salvo do fogo é a sede da fazenda, aonde dezenas de araras-azuis e papagaios chegam no final da tarde para dormir nas palmeiras. De início, fazem grande algazarra, mas ficam em silêncio à noite. Acordam por volta das 5h30, em nova algazarra, e partem em busca de comida.

Nesta semana, quatro bombeiros vindos de Cuiabá e três brigadistas do Sesc Pantanal, além dos funcionários da fazenda, combatiam as chamas. Sob um calor de até 40º C e uma fumaça onipresente, o esforço era para controlar o avanço da linha de fogo. Na sexta-feira (13), a jornada durou 14 horas, das 6h às 20h. Mesmo assim, não evitaram que mais dezenas de hectares queimassem.

"O vento é o maior vilão", afirma o 2º sargento do Corpo de Bombeiro Rogerio Perdigão, 45, que comparou o trabalho a enxugar gelo. Ele diz que nunca havia vivido uma situação parecida ao longo de 17 anos na corporação. "Não tinha um vento forte, mas a brasa atravessou cerca de 400 metros, caiu num determinado ponto, surgiu a chama, abriu-se e foi-se embora. Se me falassem, eu não acreditaria."

Clique Aqui para ver a Materia Original

terça-feira, 2 de julho de 2024

Descrição original geralmente aceita da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus)

 

Olá, Araras Azuis!! Eu fiz a tradução de um artigo bem antigo sobre a Arara Azul Grande feito por John Latham no "Index Ornithologicus" (1790), junto com a entrada na página 80 do seu Suplemento II à "Sinopse Geral das Aves", publicado em 1802, e a entrada na "História Geral das Aves" de Latham, publicada em setembro de 1821. Desculpe qualquer erro de tradução e gramática. Estou fazendo curso de inglês e meu inglês ainda é intermediário. Vamos para o post!

John Latham foi um dos ornitólogos mais respeitados e eruditos de seu tempo. Ele viveu de 1740 a 1837 (97 anos) e foi visitado por Lord Palmerston, o primeiro-ministro da jovem Rainha Vitória, nos últimos anos de sua longa vida. Seus trabalhos mais importantes foram a Sinopse Geral das Aves (1781-5), o Index ornithologicus (1790) e a História Geral das Aves (1821-8), que ele começou quando tinha 81 anos. Ele mesmo projetou, esboçou e coloriu as ilustrações.

1. A primeira descrição geralmente aceita da arara-azul é a de Latham, que foi publicada em latim em sua obra enciclopédica Index ornithologicus (Vol. 1, P.84, No.5) em Londres em 1790.

O texto original era o seguinte:

Gênero V. Psittacus

Rostrum aduncum, mandíbula superior móvel, cera instruída plerisque. Nares em ristri basi. Língua carniosa, obtusa, integra. Pedis scansori

Seguiram-se descrições de outras quatro espécies de araras, então...

5. Jacinto

Psitt. macr. violaceo - cæruleus, capite colloque dilutioribus, orbitus gulaque nudis flavis. Magnitudo Ps. Ararauna - 2 ped. 4 enquete. longo. Rostrum maximum toto nigrum; cabeça e coluna cérebro; corpus faturate-cæruleum ad violaceum vergens; remiges rectricesque cæruleo-violaceæ margine virescentes; pedes cinereo-nigrantis. Musa. D. Parkinson

(Fim da entrada)

2. Entrada na Sinopse Geral de Aves

Embora este texto tenha aparecido em alemão no Übersicht der Vögel de John Latham, publicado em Nuremberg em 1793, ele não parece ter aparecido em inglês até mais de doze anos depois, quando o Suplemento II da Sinopse Geral de Aves foi publicado em 1802. A entrada na página 80 é a seguinte:

*COM CAUDAS DESIGUALADAS

Psitt. Hyacinthinus, Ind. Orn I, P.84

Hyacinthine maccaw (sic), alavanca. Mus. P.99 pl em do.

Descrição: Esta espécie rara tem o tamanho da arara-azul, comprimento de 2 pés e quatro polegadas: o bico é muito grande e preto; a cabeça é azul, o corpo é azul muito profundo, inclinando-se para o violeta; as penas e a cauda são azul-violeta, com um tom de verde nas margens; as pernas são de cor cinza-escura; as órbitas e o queixo são ambos desprovidos de penas e de cor amarela; a cauda tem o mesmo formato da arara-azul, mas não muito mais do que a metade do comprimento.

Local: Este exemplar está na coleção do Sr. Parkinson, a quem foi doado após sua morte por Lorde Orford. Não se sabe de onde veio, mas como todos os outros Macacos são de origem americana, não é irracional presumir que o mesmo país deu origem a esta espécie.

(Fim da entrada)

3. Na História Geral das Aves de Latham, publicada entre 1821 e 1828 e acompanhada por esta placa, o texto relevante na página 109 do Volume II era o seguinte:

ARARA-AZUL-GRANDE

Psittacus Hyacinthinus, Ind. Orn.ip84

--------- Augusto, Mus. Lev. No.2. t.ii.

Le Guacamayo bleu, Voy. d'Azara. iv. No.273.,

Arara-azul-grande, Gen.Syn.Sup.ii p.80. Nat.Misc. pl.609. Shaw's Zool. vii.393

ESTA espécie rara é do tamanho da arara-azul; comprimento de dois pés e quatro polegadas. Bico muito grande e preto; cera na base cor de palha; corpo azul muito profundo, inclinando-se para o violeta; penas e cauda azul-violeta, com um tom de verde nas margens; órbitas e queixo cobertos com uma pele nua e amarelada; cauda como na arara-azul, mas não mais do que a metade do comprimento; pernas cor de cinza escuro.

Habita a América do Sul. Lord Orford possuía um exemplar vivo desta espécie, o único conhecido por existir; que, após a morte, foi introduzido no Museu Leverian; mas naquela época não se sabia de onde veio.

O Sr. Pennant dá um relato de um similar, nestas palavras "O falecido Lorde Orford tinha um papagaio, uma verdadeira arara, que ele tinha certeza que veio das Índias Orientais; era tão grande quanto o brasileiro: a parte superior azul; o peito abaixo amarelo profundo." Este relato foi transmitido a Lord Barrington, em uma carta de Lord Orford, 28 de agosto de 1788. - M. d'Azara encontrou vários pares de araras azuis entre 27 e 29 graus de latitude da América do Sul, mas nunca mais ao norte; embora, ele tenha certeza, que eles também podem ser encontrados na latitude 331/2; e que eles não apenas constroem nos buracos das árvores, mas também em buracos feitos nas margens perpendiculares dos rios Paraná e Uruguai. A fêmea difere apenas por ser menor: uma delas, supostamente um macho; no Museu do Sr. Bullock, tem a cauda tão longa quanto o resto do pássaro."

(Fim da entrada)

Esta descrição destaca a confusão que existia na época entre a Arara-azul-grande e a Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus), que foi comentada na primeira descrição da Arara-azul-de-lear Anodorhynchus pelo Príncipe Bonaparte na Iconographie des Perroquets publicada em 1857-8. O detalhe fornecido no último parágrafo do texto acima de Azara se referia à Arara-azul-grande, não à Arara-azul-grande.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Ornitóloga flagra primeiros filhotes de ararinha-azul nascidos em vida livre após mais de 20 anos

 

Olá Araras Azuis!! Hoje eu trago um notícia bem boa e fofa sobre os filhotes de Ararinha Azul!!Em outubro de 2023, dois filhotes de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) nasceram no município de Curaçá, no norte da Bahia. Junto ao macho “Bizé” e uma fêmea, ambos soltos pelo mesmo projeto de conservação, os filhotes formaram a primeira família da espécie em vida livre.Durante uma visita nas instalações do projeto a convite da Secretaria de Turismo da Bahia, a ornitóloga Nathália Diniz acabou encontrando essa família de araras em uma propriedade do projeto, à parte das instalações principais de reprodução das aves.Com muita alegria venho compartilhar com vocês o primeiro registro dos dois filhotes de ararinha-azul nascidos em vida livre, juntamente com seus pais! A foto está com qualidade ruim, distante, com chuva e em situação desfavorável de luz, mas são ararinhas-azuis e o resto pouco importa! Muita alegria em poder registrá-las!”, escreveu Nathália no site Wikiaves.

Os registros foram autorizados pela gestão do projeto para finalidade de divulgação científica. O nascimento dos filhotes é considerado um marco pelos pesquisadores responsáveis pela reintrodução das ararinhas-azuis no sertão baiano.

Eu estou de Volta (Férias da Faculdade!)


Olá, Araras Azuis! Eu estou de férias da faculdade, isso significa que voltei com as postagens no blog e agora terei mais conteúdo para postar aqui. Espero que gostem! Eu trarei postagens muito interessantes, artigos acadêmicos, minhas pesquisas, notícias e o conteúdo de medicina veterinária exclusivo para vocês. Também trarei reportagens em formato de vídeo que são recentes e falam sobre araras e muitas outras coisas incríveis.Fiquem de olho no blog e nas redes sociais, pois muito conteúdo especial será trazido para vocês. Espero que gostem e que fiquem bem informados sobre araras. Até logo!

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Afinal as Aves possuem Problemas Neurológicos?

 

Olá Araras Azuis!!! Vocês sabiam que as aves também assim como os mamíferos possuem transtornos neurológicos? A mais comum é a  encefalomielite aviária saiba tudo sobre essa doença nesse post.A encefalomielite aviária é uma doença infecciosa de origem viral, que afeta o sistema nervoso central das aves, sobretudo frangos e galinhas, perus, codornizes e faisões. Afeta geralmente as aves jovens, entre 1 e 3 semanas de idade, e os adultos em idade de postura. Também é chamada "tremor epidémico", devido aos movimentos da cabeça das aves jovens.Os sinais de infecção incluem tremores na cabeça, animais prostrados, ataxia e entorpecimento do olhar, sonolência, falta de coordenação, marcha instável. As taxas de morbilidade e mortalidade variam entre 40-60% e 25-50%, respectivamente, dependendo da presença ou ausência de imunidade passiva nos pintos. Em adultos, podem ser observadas cataratas e uma quebra nas taxas de postura e eclosão dos ovos. Causas: A encefalomielite aviária é uma doença infecciosa de origem viral. A contaminação pode ser:


Vertical ao nascimento: doença dos jovens (menos de 3 semanas de idade)

Horizontal: em poedeiras ou pintos no centro de incubação.A encefalomielite aviária é uma doença infecciosa de origem viral. A contaminação pode ser:


Vertical ao nascimento: doença dos jovens (menos de 3 semanas de idade)

Horizontal: em poedeiras ou pintos no centro de incubação. Não possui tratamento.

sábado, 4 de maio de 2024

Boas notícias!!Ararinha-Azul, Uma das espécies mais raras do mundo, ganha centro de conservação no Zoológico de São Paulo.

Olá Araras Azuis!!! Hoje eu trago notícias maravilhosas a Ararinha-Azul, Uma das espécies mais raras do mundo, ganha centro de conservação no Zoológico de São Paulo. Eu pretendo um dia visitar esse centro de conservação! Agora vamos para a postagem:
A Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, participou nesta sexta-feira, 03, da abertura do novo Centro de Conservação ararinha-azul, no Zoológico de São Paulo, zona sul da cidade. O espaço, exclusivo para os animais da espécie, possui 900 m² e conta com salas de incubação de ovos, “maternidade” com controle de temperatura e iluminação e sala para atendimento veterinário. O local ainda possui ambientes para as aves com espaços cobertos e ao livre com capacidade para abrigar até 44 ararinhas.

O objetivo do centro é, principalmente, oferecer padrões de cuidado para os animais existentes e fomentar sua reprodução para possibilitar o retorno de indivíduos à natureza. O grupo do zoológico é composto por seis casais, dos quais um é recém-formado. Os outros 15, são jovens e ainda vão alcançar a maturidade sexual.

“Para nós, essa iniciativa é muito importante. Ter esse espaço como referência, fortalece os nossos programas de parcerias, que trazem os investimentos em vários setores, além de ir ao encontro do Plano de Meio Ambiente, que estimula de forma transversal às políticas públicas em prol da biodiversidade, da fauna e da flora no Estado de SP”, comentou a Natália Resende.

Atualmente, a população mundial de ararinhas-azuis, mantidas sob cuidados humanos, conta com cerca de 334 indivíduos, dos quais 85 estão em instituições no Brasil. O zoológico hoje é responsável pelo cuidado de 27 destes animais, ou seja, aproximadamente 30% de toda a população.

Ararinha-azul – Com nome científico Cyanopsitta spixi, a ave é nativa e endêmica – isto é, não encontrada em nenhum outro lugar – da região de Curuçá, na Bahia, cujo bioma é a Caatinga. A ararinha-azul foi a espécie que inspirou o personagem “Blue” na animação Rio. Atualmente, a ararinha-azul é considerada “Extinta na natureza” de acordo com a Lista Vermelha Global de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN e categorizada como “Criticamente em Perigo de Extinção” (CR) na Lista Brasileira Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção.

Concessão – O Zoológico, Zoo Safari e Jardim Botânico fazem parte do programa de concessões e parcerias público privadas do Governo de SP. Os locais foram concedidos ao Consórcio Reserva Paulista, em 2021. A vencedora, que registrou maior valor de outorga, representando ágio de 132%, tornou-se responsável por revitalizar e administrar essas áreas, além da operação e atendimento aos visitantes no período de 30 anos.
Vale destacar que a Biologa Neiva Guedes símbolo da conservação da Arara Azul Grande marcou presença na inauguração.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Explicando o motivo do Meu sumiço!! Faculdade,Bornout e Hackers!!

Olá, Araras Azuis! Peço desculpas pelo meu sumiço. Nos últimos meses, muitas coisas aconteceram: provas, trabalhos e aulas práticas de medicina veterinária. Além disso, fui diagnosticada com a Síndrome de Burnout, um distúrbio emocional caracterizado por sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, frequentemente resultante de trabalho desgastante que exige muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa dessa doença é, justamente, o excesso de trabalho. Diante disso, meu psiquiatra recomendou que eu me afastasse da faculdade por 30 dias, e eu precisei repousar.
Outro contratempo foi o ataque hacker à minha conta do blog: alguém invadiu minha conta e postou propagandas de um jogo. Felizmente, minhas amigas me avisaram e consegui entrar em contato com o Google. Eles mudaram meu celular e email de recuperação, e recuperar a conta foi um trabalho enorme. Agora que recuperei a conta, estou de volta e vou postar sobre histologia nas aves, uma matéria  que estou aprendendo na faculdade.
Até o próximo post! Prometo voltar com tudo, tanto na faculdade quanto no blog.
Para quem me acompanha no Twitter já viu tudo isso em tempo real kkkk!

domingo, 17 de março de 2024

Visita ao Museu de Zoologia da USP e muitas coisas sobre Araras!!

Olá Araras Azuis!! Como estudante de Medicina Veterinária ,pesquisadora e apreciadora de Araras Azuis gostaria de falar sobre minha visita ao @museu_zoologia da USP!! Eu e minha amiga de faculdade fomos lá para estudar e aprender mais sobre os animais e o que me surpreendeu e eu já imaginava ter lá era esses registros da Arara Azul Grande! Como um exemplar empalhada, uma bela iustração,um crânio de Arara e informações sobre ela! Também tinha uma arara Canindé e uma seção sobre extinção e risco de extinção na área dos dinossauros e animais silvestres!! Super recomendo vocês visitarem esse museu a entrada é gratuita e é um passeio incrível para todos no geral!! Poderiam ter mais exemplares de araras como a Ararinha Azul,Arara Azul de Lear ,Arara Azul Pequena e a Arara Azul vermelha!! Bem é isso!!

sexta-feira, 8 de março de 2024

Atualizações

 

Olá Araras Azuis!!!Perdoem pelo meu sumiço eu ando ocupada com a Faculdade de Medicina Veterinária e com os estudos em si.Não entrei para o grupo de estudos de animais silvestres já estou planejando minha iniciação científica e as aulas práticas de anatomia e histologia já começaram e estou super Feliz com isso em breve terei mais novidades e sim minha iniciação científica será sobre Araras e psitacídeo!!!Aliás minhas matérias favoritas são genética e Embriologia!!!


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Comportamento de arara-azul-de-lear em cativeiro e a influência da técnica flocking na interação de pares (Parte 2)

 

 Olá, Araras Azuis!! Aqui está a continuação da primeira parte daquele post sobre aquela pesquisa feita por Gabriela Rodrigues Favoretto, que apresentou uma dissertação ao Programa de Pós-Graduação em Conservação da Fauna (UFSCar/FPZSP) como parte das exigências para obtenção do título de Mestre Profissional em Conservação da Fauna, sob orientação do Prof. Dr. Augusto João Piratelli, na Universidade Federal de São Carlos e Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Essa pesquisa aborda o comportamento da arara-azul-de-lear em cativeiro e a influência da técnica de "flocking" na interação de pares. Bem, essa é a segunda e última parte da pesquisa, e pretendo em breve postar mais pesquisas acadêmicas que eu ando lendo e as revisões de literaturas que eu fiz. Então, vamos para a postagem.

Capítulo 2 A EFETIVIDADE DO FLOCKING NA INTERAÇÃO DE PARES DE ARARA-AZULDE-LEAR (Anodorhynchus leari) EM CATIVEIRO 

1. INTRODUÇÃO

O comportamento social é um processo dinâmico ligado ao desenvolvimento de relações entre indivíduos e entre esses e o ambiente. A formação de relações sociais é fundamental para muitas espécies, pois está relacionada à variação de níveis de bem estar, determinando o sucesso reprodutivo dos indivíduos envolvidos (LUCAS et al., 2003). Muitas espécies de aves são monogâmicas (DUNN; WHITTINGHAM; PITCHER, 2001) e uma das primeiras etapas comportamentais do processo reprodutivo dessas espécies é a escolha do parceiro sexual (SVEC; LICHT; WADE, 2009), sendo a formação de um casal e a vida em bando as formas de organização social nesse tipo de sistema reprodutivo (KUBITZA; BUGNYAR; SCHWAB, 2015). A seleção é feita visando o aumento do valor adaptativo dos indivíduos envolvidos com base em características comportamentais, fisiológicas e morfológicas (BOTTONI et al., 1993). Em relação às aves monogâmicas, as mudanças envolvidas no pareamento são sutis e ocorrem gradualmente em um processo muitas vezes prolongado, sendo, portanto, difícil de ser avaliado (CLAYTON, 1990). Um par pode ser definido como um casal por diversos critérios, sendo um deles o tempo despendido em comportamentos sociais afiliativos que não são desempenhados com outros membros adultos (ADKINS-REGAN, 2011). A formação desses casais pode ser avaliada pela realização de comportamentos sincronizados como alimentar-se conjuntamente, empoleirar-se próximo ou em contato com outro indivíduo, alisar as penas de outra ave, defender conjuntamente o ninho, tempo gasto dentro do ninho, perseguir uma ave ou defender parceiro pela aproximação de outros indivíduos, cortejar e solicitar cópula (CLAYTON, 1990; BOTTONI et al., 1993; ADKINS-REGAN, 2011). Em psitacídeos especificamente, o longo período de incubação associado a filhotes muito dependentes e com lento crescimento em relação a outras aves, colaboram com o desenvolvimento de um alto grau de interação entre o casal, já que requer muita cooperação mútua para que se atinja o sucesso reprodutivo de fato (KOENIG, 2001). Apesar dos programas de cativeiro terem por objetivo a criação de aves que futuramente possam ser capazes de sobreviver na natureza, pareando, reproduzindo e criando filhotes naturalmente, comumente na reprodução ex-situ os indivíduos são forçados ao pareamento, onde o macho e a fêmea selecionados são mantidos juntos em um recinto exclusivo, sendo observadas baixas taxas reprodutivas para certas espécies, em especial as ameaçadas (GAUDIOSO et al., 2002). Análises genéticas e demográficas de populações cativas fornecem informações que subsidiam estratégias reprodutivas em longo prazo, porém os objetivos imediatos dos programas de reprodução envolvem a manutenção e o sucesso reprodutivo de indivíduos pertencentes a populações cativas específicas. Neste sentido, se faz necessário a realização de estudos comportamentais em cativeiro que garantam a menor interferência humana no comportamento desenvolvido pelos animais com a produção de informações que possam ser relevantes para a melhoria de estratégias reprodutivas através da observação de comportamentos conspícuos que não são facilmente ou frequentemente observados na rotina de manejo (SIEBERT; CROWELL-DAVIS, 2001; FRANCISCO, 2012). Em relação aos pareamentos em cativeiro, as recomendações propostas geralmente envolvem apenas fatores genéticos, mas na prática um pareamento efetivo pode ser influenciado por fatores nutricionais, sociais, comportamentais, físicos e ambientais (MELLEN, 1994). A possibilidade de escolha do parceiro sexual em cativeiro aumenta a taxa de sucesso reprodutivo dos indivíduos envolvidos (IHLE; KEMPENAERS; FORSTMEIER, 2015). Sabe-se que esta liberdade de escolha é um fator que afeta diretamente parâmetros reprodutivos, como produção hormonal e taxa de defesa de ninho em espécies monogâmicas (BOTTONI, 1993). Klint, Enquist (1981) e Bottoni et al. (1993) afirmam que machos pareados por livre escolha possuem maior concentração de testosterona no plasma do que aqueles que foram forçados a parear e apresentam maiores taxas de defesa do ninho, já fêmeas que escolheram livremente seus parceiros tendem a realizar a primeira postura anos antes em relação as fêmeas que foram forçadas a parear, além de apresentarem maiores taxas de ovos fertilizado, de dispensarem mais tempo no ninho e de possuem maior taxa de postura do que fêmeas forçadas a um pareamento. A falta de sucesso reprodutivo sem causa aparente muitas vezes é consequência da incompatibilidade comportamental entre pares (BALTZ, 1998; FOX; MILLIAN, 2014), onde o pareamento forçado causa repressão na atividade reprodutiva dos indivíduos envolvidos (LUPO et al, 1990; BOTTONI et al, 1993, STONE et al, 1999) e ocasiona modificações das características fisiológicas e comportamentais relativas à reprodução, sendo extremamente importante o desenvolvimento de estratégias que sejam capazes de estimular respostas etológicas adequadas para indivíduos que possam futuramente integrar programas de reintrodução ou revigoramento (GAUDIOSO et al., 2002). A espécie Anodorhynchus leari encontra-se em perigo de extinção (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2013), com notória escassez de conhecimento sobre questões comportamentais e baixa taxa de casais reprodutivos em cativeiro (CORNEJO, 2015). A utilização do flocking como nova estratégia reprodutiva proposta pela FPZSP e aprovada pelo Programa de Cativeiro da arara-azul-de-lear/ICMBio permite a formação de novos casais baseada em análises comportamentais relacionadas às interações entre os indivíduos que possuem a possibilidade de livre escolha de parceiro sexual. Assim, o presente trabalho teve como objetivo acompanhar o primeiro flocking oficial realizado na história do programa de cativeiro da espécie, visando fornecer subsídios para o aprimoramento de estratégias de manejo ex-situ que possibilitem o aumento do sucesso reprodutivo de indivíduos mantidos em cativeiro.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo O trabalho foi realizado na sede da FPZSP, localizada na região sudoeste do município de São Paulo, e no Centro de Conservação da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (CECFau), localizado no município de Araçoiaba da Serra. A Fundação é membro do Programa de Cativeiro da arara-azul-de-lear e é durante o desenvolvimento do estudo era responsável pela manutenção de 17 espécimes, sendo eles 12 adultos, um juvenil e quatro filhotes. As aves são mantidas pela Fundação em áreas de acesso restrito descritas anteriormente (pg. 15-19). Coleta de dados Das doze aves adultas mantidas pela FPZSP, foram selecionadas seis fêmeas (STB 39, 57, 58, 59, 60 e 61), descritas previamente (pg. 19-21), para quantificação dos comportamentos afiliatiavos e reprodutivos (sócio-repodutivos) antes e durante a técnica flocking. A seleção das aves ocorreu através da avaliação do potencial reprodutivo desses espécimes, além de ter sido reforçada por questões judiciais que asseguravam a manutenção da maior parte dessas fêmeas pela Fundação, garantindo que estas não fossem transferidas para outras instituições ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Após o detalhamento do repertório comportamental da espécie (Capítulo 1), foram selecionados 10 comportamentos relevantes ao estudo visando a sua quantificação, sendo eles comportamento sócio-afiliativos (alimentação conjunta, allopreening, chamar atenção, contato de bico, mutual allopreening) e reprodutivos (cortejo alimentar, pedido de cópula, copular, próximo ao ninho e dentro do ninho). A coleta dos dados ocorreu em duas fases com  aplicação da mesma metodologia para fins comparativos: uma fase prévia e uma durante o flocking. A planilha utilizada para a quantificação dos comportamentos pode ser consultada no Anexos II. A primeira etapa ocorreu na sede da FPZSP entre os dias 07/10/2014 e 04/02/2015. Os comportamentos das seis fêmeas selecionadas foram quantificados pela metodologia animal focal (ALTMANN, 1974) com registro instantâneo em intervalos de 30 segundos e duração de meia hora com três sessões diárias (às 8h, 13h e 16h) para cada indivíduo, totalizando 130 horas de observação. Também foi registrada a distância entre as aves (junto – até 30 cm; próximo – de 30 a 100 cm; longe – acima de 100 cm). Em agosto de 2015 foram transferidas oito aves mantidas pela FPZSP (STB 35 e 60, 38 e 39, 23 e 43, 61 e 58) para o CECFau e também três aves provenientes de outras instituições (STB 24, 37 e 175), totalizando 11 indivíduos disponíveis para o flocking (seis fêmeas e cinco machos). Foram mantidas separadas em pares (quando previamente pareadas) para adaptação aos novos recintos até a realização do flocking, que ocorreu no dia 29/09/2015. Em decorrência do sucesso reprodutivo alcançado pelo casal STB 47 e 59 antes das transferências, estes permaneceram na sede da Fundação. A fêmea STB 57 foi transferida posteriormente para Araçoiaba para participação de um possível segundo flocking, porém, por questões burocráticas e sanitárias o mesmo não ocorreu. Portanto, das fêmeas selecionadas para o estudo, quatro (STB 39, 58, 60, 61) foram transferidas e participaram do flocking, entretanto, uma precisou ser retirada logo no início do processo (STB 58), restando apenas três fêmeas para o desenvolvimento da segunda etapa. A segunda fase do estudo teve início no dia 17/11/2015 e se estendeu até 04/02/2016 com a aplicação da mesma metodologia desenvolvida na primeira fase, totalizando 94 horas. Todo o estudo comportamental foi realizado por um único observador. Durante o flocking, a movimentação de diversas araras simultaneamente dificultava a identificação individual, senso assim, marcações foram feitas nos espécimes (anilha de aço com fita colorida para identificação de instrumentais cirúrgicos (autoclavada), corte das retrizes, coloração do bico e das unhas, marcações de Kuraderm® nas asas ou cauda, além de marcas naturais quando presentes) com a finalidade de facilitar o reconhecimento individual (Anexo III). Em termos de durabilidade e visibilidade, as melhores marcações para este tipo de metodologia foram o corte das retrizes, as marcações naturais e a marcação com esmalte na parte central superior da maxila. As outras marcações mostraram-se pouco úteis e sem durabilidade. As marcas de Kuraderm® desaparecem com cerca de quatro dias, as anilhas tiveram suas fitas coloridas arrancadas e o esmalte nas unhas é pouco visível e tem baixa durabilidade. Análise de dados Para verificar a possibilidade de variação não aleatória nas frequências da aproximação entre as aves nas etapas pré-flocking e flocking foi utilizado o teste quiquadrado. Regressão de Poisson (modelo log-linear) foi aplicada para avaliação dos efeitos das variáveis independentes (flocking, indivíduo e período do dia) sobre a frequência dos comportamentos amostrados. Para análise específica da variação dos comportamentos reprodutivos (copular e pedir cópula) foi utilizado o teste Wilcoxon pareado. Os dados coletados durante a etapa pré-flocking para as aves que não participaram do flocking não foram utilizados nas análises. Todas as análises foram realizadas no software MYSTAT (SYSTAT Software, 2007) com intervalo de confiança a 95%. Para as análises estatísticas foram levados em consideração apenas os comportamentos com n > 10 em cada etapa. Vide Anexos IV e V para acesso aos dados. 

3. RESULTADOS 

A coleta dos dados resultou em um esforço amostral de 226 horas totais de observações. Em relação ao período pré-flocking, em 58% do tempo de amostragem não houve registro de comportamentos interativos, 36% do tempo foi dispendido no interior do ninho, 2% próximo a ele e em apenas 4% do tempo observou-se interações entre os pares (Figura 1a). Durante o flocking, o uso do paredão e área dos ninhos era feito apenas por um casal dominante, fazendo com que as outras aves deixassem de ocupar o interior e proximidades do ninho, o que ocasionou um acréscimo de 25% do tempo na permanência fora do ninho sem interação para as outras aves, porém observou-se um acréscimo de 2% no tempo investido em interações entre os pares (Figura 1b).


a) Flocking e frequência dos comportamentos sócio-reprodutivos As frequências dos comportamentos sócio-reprodutivos variaram de forma significativa em relação às etapas pré-flocking e flocking (χ 2 = 21553; g.l. = 9; p = 0,000; Loglinear), indicando a influência da técnica na alteração desses comportamentos. Esta diferença se deve ao aumento da frequência de comportamentos afiliativos como “alimentação conjunta”, “contato de bico”, “cortejo alimentar” e “mutual allopreening” observados durante o flocking (Figura 2), porém observou-se variação individual na resposta ao flocking (χ 2 = 21,35; g.l. = 2; p = 0,000; Log-linear), conforme a assimetria observada na dispersão dos dados (Figura 3).




Porém, em relação aos comportamentos reprodutivos “copular” e “pedir cópula” especificamente, não houve evidência de que a frequência tenha sido alterada pelo flocking (p = 0,42 e p = 0, 78, respectivamente; Wilcoxon), apesar do aumento significativo dos comportamentos afiliativos. Observou-se uma inversão de proporção de cópulas totais em relação aos meses, com um decréscimo das cópulas de novembro a fevereiro no período préflocking e o oposto para o período do flocking (Figura 4).


Analisando individualmente a variação dos comportamentos, foi observada a redução da frequência de cópulas e pedidos de cópula pela fêmea STB 39, porém com aumento dos comportamentos sociais (Figura 5a). Foi observado acréscimo no número de cópulas e de comportamentos sociais para a fêmea 60 (Figura 5b) e redução comportamentos sócioreprodutivos como “alimentação conjunta”, “pedido de cópula” e “cópula” para a fêmea 61, entretanto, comportamentos como “contato de bico”, “allopreening” e “cortejo alimentar” passaram a ser mais frequentes (Figura 5c).
 


b) Flocking e grau de aproximação entre pares O flocking exerceu influência significativa no tipo de aproximação entre os pares (χ 2 = 1295; g.l.: 2, p = 0,000; Qui-quadrado), sendo que as fêmeas apresentaram respostas divergentes (Figura 6). Apesar do aumento da frequência dos comportamentos sócioreprodutivos observados anteriormente, houve uma redução de 12% na permanência da fêmea STB 39 junto ao seu parceiro em relação ao observado para o período pré-flocking (Figura 6a), pois durante o flocking o macho passou mais tempo na região do ninho do que dentro dele junto a ela (Figura 7a) (como foi observado no período pré-flocking), o que ocasionou uma queda na aproximação da categoria de maior aproximação (junto). Entretanto, observa-se que a frequência do tempo permanecido junto ao macho em momentos que não envolviam interação (maior parte do tempo amostrado) teve um aumento de aproximadamente 30% em relação ao período pré-flocking (Figura 7b). O mesmo valor da redução da aproximação junto ao macho foi observado no aumento da permanência próximo a ele. Não houve diferença quanto à frequência do tempo permanecido longe do parceiro. Para a fêmea STB 60 foi observado um acréscimo de 30% do tempo junto ao macho durante o flocking em relação ao período pré-flocking, com decréscimo tanto na categoria “próximo”, quanto na categoria “longe” (Figura 6b). Para a fêmea STB 61 foi observado uma redução de 33% da proximidade junto ao parceiro com o dobro de tempo longe em relação ao período pre-flocking, já que esta fêmea teve sua parceira retirada do flocking antes do período de coleta de dados, se aproximando lentamente de um macho proveniente de outra instituição (Figura 6c).
DISCUSSÃO
A assimetria na frequência dos comportamentos é esperada, já que mesmo estando submetidas às mesmas condições de manejo, as fêmeas recebem e oferecem estímulos distintos em relação a cada parceiro, dependendo do tipo de afiliação existente previamente. A determinação de um par como um casal envolve uma variedade de critérios, existindo, portanto, diversas definições. Trillmich (1976) considera um casal um par de aves que copula ou tenta copular, com o macho dando assistência à fêmea no ninho. Cox, Goldsmith e Engelhardt (1993) considera um casal quando a cópula resulta na postura de pelo menos um ovo. Yamamoto (1989) considera que o que define um casal é a ocupação conjunta de um ninho. Com base nesses critérios, das três fêmeas analisadas para o projeto, tanto a fêmea STB 39 com o macho STB 38, quanto a fêmea STB 61 com a fêmea SBT 57 constituíram casais, não sendo o mesmo observado para a fêmea STB 60 pareada com o macho STB 35,pois apesar dos poucos eventos de cópula observados, a fêmea não explorava o ninho e o macho não fornecia assistência a ela. Todas essas configurações já eram observadas durante o período pré-flocking. Um casal tende a ser composto por um macho e uma fêmea, mas a formação de casais do mesmo sexo é relatada tanto em cativeiro quanto em vida livre (SEIBERT; CROWELL-DAVIS, 2001), e para um manejo efetivo em cativeiro, pares formados pelo mesmo sexo também devem ser considerados casais na tomada de decisões para subsidiar as estratégias de reprodução. Aves pareadas que passam longo período da vida juntas tendem a manter o vínculo mesmo na ausência de contato físico com o parceiro. Estudos demonstram que aves que foram separadas e mantiveram contato sonoro permaneceram durante seis meses preferindo o parceiro anterior a possíveis novos parceiros do mesmo grupo (STONE, 1999), o que foi também observado para o flocking. Após a retirada da fêmea STB 58, a fêmea STB 61 continuou manifestando interesse pela parceira até que esta fosse transferida novamente para a sede da FPZSP. Poucos dias depois, a fêmea STB 61 passou a desenvolver comportamentos afiliativos com o macho 175. A alta porcentagem de tempo registrada sem interações sociais ou reprodutivas está diretamente relacionada com a biologia da espécie. Em vida livre, essas aves passam 81% do tempo envolvidas em atividades de forrageamento ou descanso e apenas 5% em atividades sociais (BRANDT; MACHADO, 1990). Todas as aves previamente pareadas na sede da Fundação mantiveram seu pareamento durante o flocking, mesmo os pares que não foram considerados um casal. Isso pode ser explicado por questões de vantagens do pareamento. O flocking se mostrou uma técnica efetiva no estímulo de comportamentos afiliativos. O aumento da frequência desses comportamentos pode ser um reflexo da competição estimulada pelo flocking. A arara-azulde-lear é uma espécie altamente gregária, o que confere ao bando diversas vantagens, porém, em cativeiro a formação de bandos não é viável por limitação espacial, sendo uma das formas mais simples de gregarismo a formação de pares (SEIBERT; CROWELL-DAVIS, 2001). Quando indivíduos da mesma espécie compartilham um espaço limitado, há um aumento na competição direta por recursos, sendo que a formação e manutenção de pares representam uma vantagem no sentido adaptativo (WEST-EBERHARD, 1979). Pares dão assistência um ao outro em encontros agonísticos, assim como também inibem outras aves de atacarem seus parceiros, além de se apoiarem na competição por alimento e território (SCOTT, 1980). 84 A proximidade entre um par varia de acordo com a densidade do grupo, sendo observada maior aproximação quanto maior a densidade, permitindo assistência imediata em situações de ameaça (SCOTT, 1980), conforme o aumento da aproximação observado para a fêmea STB 60. Porém, o oposto foi registrado para as fêmeas STB 39 e STB 61. A queda da frequência de permanência do macho junto à fêmea STB 39 é justificada pela sua menor frequência na permanência dentro do ninho com a fêmea e maior frequência próximo e longe dela, porém sempre na região do ninho (paredão ou poleiro mais próximo). A possível ameaça oferecida pela presença de indivíduos que antes do flocking não tinham acesso à área ocupada pelo casal pode justificar este fato, já que previamente cada par ocupava um recinto exclusivo. A constante presença humana durante o flocking também pode ser um fator que influenciou na queda da frequência observada, pois quatro diferentes tratadores revessavam semanalmente na permanência diária no recinto para impedir possíveis brigas, sendo constante também a visita de técnicos e funcionários de manutenção. Neste sentido de defesa territorial, os machos tendem a ser mais agressivos que as fêmeas (SEIBERT; CROWELL-DAVIS, 2001), cabendo a eles a defesa e proteção do ninho, enquanto à fêmea cabe a responsabilidade da postura dos ovos e o maior investimento na manutenção dos filhotes (KOKKO; JENNIONS, 2012), justificando a maior permanência do macho na área externa do ninho. Porém, a permanência do macho no ninho no período de corte estimula comportamentos reprodutivos da fêmea (YAMAMOTO, 1989), sendo indicado, portanto, a redução de fatores que possam estimular o macho a permanecer fora do ninho como necessidade de defesa territorial. A inspeção do ninho para futura postura é iniciada pelo macho, sendo mais frequente em machos cuja fêmea realizou postura previamente (YAMAMOTO, 1989). Isto pode justificar o uso dos ninhos exclusivamente pelo casal STB 39 e STB 38, cuja fêmea já havia realizado posturas diversas vezes, porém as primeiras aves a explorarem os ninhos nos paredões foram o casal de fêmeas STB 61 e STB 58, sendo que esta última também já havia realizado posturas previamente. Depois da retirada da fêmea STB 58 do flocking, a ave STB 61 deixou de frequentar os ninhos, sendo então utilizados exclusivamente pelo casal STB 39 e STB 38, chegando à postura de oito ovos não férteis. A constante inspeção pelos técnicos e tratadores no ninho escolhido por esse casal resultou no início da exploração de outros ninhos, o que pode ter ocasionado a morte do macho STB 35, já que este macho costumava permanecer na área onde o casal passou a demonstrar interesse, sendo este macho atacado pelo casal, vindo a óbito em decorrência da gravidade das lesões e sua condição física já precária. 85 A variação da frequência dos comportamentos ao longo do dia também foi observada em vida livre. Assim como no presente estudo, Amaral et al. (2005) observou maior frequência de comportamentos relacionados a manutenção no período da manhã. Brandt e Machado (1990) observaram que o período da tarde é mais propício ao desenvolvimento de comportamentos sociais e afiliativos, em especial ao entardecer, quando os indivíduos se reúnem para retornar para os dormitórios.
 Considerações sobre os pares
 
As aves STB 47 e 59 foram mantidas pareadas pela Fundação durante mais de 10 anos e apenas em 2015 alcançaram sucesso reprodutivo com o nascimento do primeiro filhote, estando os pais com aproximadamente 10 e 14 anos de idade, respectivamente, não sendo então transferidos para participação no flocking. Este casal teve o sucesso reprodutivo alcançado sem que nenhuma alteração estrutural ou de manejo fosse feita, sendo que as aves demonstravam sinais claros de pareamento (constante aproximação, comportamentos afiliativos, permanência no interior do ninho e cópulas perfeitamente executadas), além de não apresentarem comportamentos agressivos em relação ao parceiro. Hoje, são pais de oito filhotes, sendo os outros sete nascidos no primeiro semestre deste ano. O casal STB 35 e 60 convivia bem na sede da FPZSP, desenvolvendo alguns comportamentos afiliativos, em especial de manutenção (allopreening e mutual allopreening). Permaneceram juntos por indicação do studbook em decorrência da boa variabilidade genética, porém não frequentavam o ninho e raramente tentavam copular. Alguns pares podem apresentar sociabilidade sem que sejam sexualmente compatíveis (BALTZ, 1998). Apesar de a fêmea possuir excelentes condições para reprodução (ovários desenvolvidos), o macho possuía testículos pouco desenvolvidos, condições físicas comprometidas (um olho cego e problemas pulmonares) e enfrentou algumas dificuldades durante o processo de estabilidade de dominância que ocorre naturalmente durante o flocking em decorrência disso. O casal STB 38 e 39, apesar das cópulas constantes, da ocupação do ninho e da postura de ovos (inférteis), apresentava idade avançada para reprodução (ambos com 19 anos) e alto índice de comportamentos agonísticos, como bicadas e afastamentos, podendo ser considerado um casal mais agressivo. A falta de sucesso reprodutivo pode estar relacionada a uma idade avançada, além do fato do macho não apresentar um desenvolvimento satisfatório do comportamento de cópula, tendo visível dificuldade em articular a cauda para cima,impedindo o acesso à cloaca da fêmea. Nenhuma lesão foi constatada até hoje, podendo ser a dificuldade uma disfunção puramente comportamental. As fêmeas STB 58 e 61 possuem boas condições reprodutivas segundo seus exames clínicos (ambas com 15 anos e ovários desenvolvidos). Após separação, a fêmea STB 61 demonstrou afinidade pelo macho STB 17. As constantes perturbações durante o início da aproximação entre o casal resultavam em afastamentos temporários com redução dos comportamentos afiliativos, porém sempre voltavam a se aproximar, indicando uma possibilidade viável de pareamento, desde que sejam mantidos sem contato com a antiga parceira da fêmea. As últimas informações recebidas, pós coleta de dados, relatam que esse casal se alimenta junto e permanece próximo boa parte do tempo (Angélica Sugieda, com. pess.). A fêmea STB 57 não participou do flocking por problemas sanitários e burocráticos que impediram a participação de indivíduos de outras instituições no período de realização deste estudo. Essa fêmea não demonstrou comportamentos reprodutivos enquanto na sede da Fundação, onde ocupava um recinto em conjunto com outra fêmea (não participante do projeto). Possui excelentes condições para reprodução segundo seus exames clínicos (13 anos e ovários bons), sendo imprescindível sua participação em um possível novo flocking. Desde o início do programa de cativeiro, a formação de pares reprodutivos tem sido baixa, com apenas oito casais produzindo descendentes de 1984 a 2015 (CORNEJO, 2015). Pares não reprodutivos são mantidos pareados por longos anos esperando que um dia reproduzam. Isto pode de fato ocorrer, como observado para o casal reprodutivo mantido pela FPZSP, porém não é o que se observa com frequência. Uma avaliação mais criteriosa das condições clínicas, da idade e da sociabilidade entre os pares associada a uma avaliação genética dos possíveis participantes da técnica podem contribuir com a formação de casais compatíveis e adequados geneticamente.

Conclusões:
A técnica flocking favoreceu a aproximação e os comportamentos afiliativos entre os pares, especialmente no período da tarde, no qual é indicado evitar perturbações em cativeiro. O flocking se mostrou também uma alternativa potencial na afiliação entre aves desconhecidas. O tipo de resultado alçado com a utilização desta técnica estará de acordo com o nível de relação social que as aves participantes tiveram previamente entre si. 87 Se o objetivo do manejo for a formação de novos casais (repareamento), é importante que aves previamente alocadas no mesmo recinto por muito tempo sejam separadas na participação do flocking, que deve ser realizado com indivíduos que não se conheceram previamente ou que não mantiveram contato prolongado, e neste caso, o acompanhamento científico poderá colaborar com a melhor compreensão dos critérios de seleção sexual da espécie. Porém, casais pareados previamente podem participar do processo caso o objetivo seja apenas estimular os comportamentos sócio-afiliativos das aves. É reconhecido o aumento da territorialidade e agressividade durante o período reprodutivo e em adição a isso, sabe-se que o estabelecimento dos casais ocorre antes do período reprodutivo na maioria das aves, sendo, portanto, indicado a realização desta técnica fora do período reprodutivo, com separação dos casais após constatação de compatibilidade para que possam ter livre acesso aos ninhos. O presente trabalho acompanhou o primeiro flocking oficial na história do programa de cativeiro de Anodorhynchus leari. Articular a comunicação e colaboração entre os membros é o papel fundamental dos Programas de Cativeiro estabelecidos pela Instrução normativa ICMBio n˚ 22, criando condições favoráveis para produção e compartilhamento de novos conhecimentos quanto às necessidades reprodutivas das espécies, visando assim, por uma alternativa viável em termos financeiros e estruturais, atingir os objetivos propostos. É indispensável o estabelecimento de um protocolo que padronize as observações comportamentais e que estabeleça critérios relativos ao melhor manejo e a escolha de indivíduos aptos a participarem desse tipo de projeto. As informações apresentadas neste estudo poderão servir de subsídios para o aprimoramento dos protocolos utilizados pelos centros de reprodução de instituições mantenedoras de psitacídeos ameaçados e este estudo traz algumas reflexões como um ponto de partida para que novas abordagens possam ser planejadas para as futuras realizações da técnica, que também devem ser acompanhadas cientificamente para que a produção e divulgação de informações sobre as relações sociais e preferências sexuais colaborem com melhor compreensão dos aspectos reprodutivos da espécie em cativeiro.