Coco, uma arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), um dos últimos machos de sua espécie no Paraguai, teve um começo de vida difícil. Desde seu nascimento, há nove anos, foi capturado na selva por mercadores ilegais de aves, resgatado, colocado no zoológico de Assunção e então roubado– um crime que o transformou em tal celebridade na mídia que os ladrões não puderam vendê-lo e decidiram libertá-lo. Agora, está de volta ao zoológico, e procura por uma companheira.
A população de arara-azul-grande, as maiores araras do mundo, foi duramente atingida nos últimos 30 anos. Altamente valorizada no mercado de animais de estimação, dezenas de milhares dessas aves foram retiradas ilegalmente das matas e seus hábitat foram substituídos por fazendas de gado e usinas hidroelétricas. Agora restam poucos exemplares e encontrar companheiros para mantê-los procriando em cativeiro é um desafio contínuo.
São animais monogâmicos, formam casais para a vida toda. Por isso, encontrar a companheira certa para Coco será um desafio. Mesmo que uma companheira seja encontrada, o desafio seguinte será conseguir que o casal se reproduza. O veterinário do zoológico, Alex Lucas Spadetti, explicou: “Reprodução em cativeiro é muito complicado. Há alguns fatores que a tornam difícil, especialmente o estresse e o comportamento individual de cada animal. Temos de ter sorte o bastante para encontrar animais que se adaptem aqui e queiram estar um com o outro como um casal”.
Os responsáveis pelo zoológico de Assunção conversam com os de outros zoológicos e com programas de procriação em outros países na esperança de encontrar essa tão rara companheira.
Anodorhynchus hyacinthinus ainda são encontradas nas florestas em três áreas do Brasil e pequenas partes da Bolívia. São protegidas pelo Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora – CITES, que proíbe sua venda, embora essa espécie continue sendo popular no comércio ilegal de animais de estimação.
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