A Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP) é uma entidade parceira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na implementação do Plano de Ação Nacional para Conservação da Ararinha-azul, que visa a reintrodução da espécie na natureza. A cada ano, a temporada reprodutiva é um dos momentos mais importantes, pois os problemas genéticos da espécie dificultam o desenvolvimento do programa reprodutivo em todo o mundo, diminuindo o sucesso do aumento de população da ave.
Com isso, pesquisadores da AWWP, do Qatar, e da Parrot Reproduction Consulting, da Alemanha, decidiram ajudar a ararinha-azul no processo de reprodução através de inseminação artificial. Logo que uma fêmea fazia a postura do seu primeiro ovo, os pesquisadores coletavam espermatozoides de machos selecionados e imediatamente depositavam o material no oviduto das fêmeas de ararinhas-azuis, esperando que o próximo ovo fosse fertilizado, antes que a casca se formasse. O processo foi repetido após a segunda e terceira postura, pois é esperada uma postura de quatro ovos para ararinhas-azuis.
Após espera de sete dias, os ovos foram examinados para a verificação da fertilidade. Dois de sete ovos que foram inseminados artificialmente estavam férteis e se desenvolvendo bem na incubadora. Os ovos foram monitorados diariamente até o nascimento do filhote, no vigésimo sexto dia de incubação.
GRANDE PASSO
Para o coordenador de espécies ameaçadas do ICMBio, Ugo Vercillo, a inseminação artificial da ararinha-azul é um grande passo no processo de reintrodução da espécie na natureza. “Há 5 anos a inseminação artificial para a ararinha-azul era algo impossível. Graças aos esforços da Al Wabra Wildlife Preservation e da Parrot Reproduction Consulting, esse feito se tornou realidade e nos deixa mais perto de reintroduzir a ararinha-azul na natureza”, destacou.
O primeiro filhote recebeu o nome de Neumann, uma homenagem ao executor da primeira inseminação artificial de sucesso em ararinhas-azuis. Sobre a experiência, o médico-veterinário, Daniel Neumann, da Parrot Reproduction Consulting e especialista em reprodução do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul, coordenado pelo ICMBio disse: “Já realizei muitas inseminações artificiais em psitacídeos nos últimos anos, mas nenhuma foi tão especial quanto esta com as ararinhas-azuis. Ainda garoto, acompanhei o desaparecimento da última ararinha-azul na natureza e era meu sonho estar envolvido com a conservação desta espécie. Agora fui a pessoa que realizou a primeira inseminação artificial com sucesso. Ainda é difícil entender, mas isto me faz bem”.
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