
Os dois maiores redutos de araras-azuis do mundo estão no Pantanal. E os incêndios de 2020 afetaram diretamente a vida dessas aves, que se espalharam. Com isso, a reprodução delas ficou comprometida.
Depois do fogo, muitos casais de araras-azuis voltaram e encontraram casa nova. Para garantir a reprodução, pesquisadores e biólogos do Instituto Arara Azul tiveram uma ideia: instalar caixas de madeira que servem como ”ninhos” para as aves botarem seus ovos.
As araras-azuis levam de sete a nove anos para começar a se reproduzir. Um casal vive junto a vida toda, e geralmente tem um filhote por ano. Após os incêndios no Pantanal, eles estão nascendo mais frágeis.
“Uma chuva que eles aguentavam, aquele período de duas, três horas de chuva... Quando têm baixa imunidade não suportam mais isso e acabam morrendo. Temos neste momento uma mortalidade de filhotes como a gente nunca viu anteriormente”, explica a bióloga Neiva Guedes.
Por causa dos incêndios, muitos outros animais ficaram sem comida no Pantanal. A disputa pela sobrevivência aumentou e os filhotes das araras-azuis se tornaram presas fáceis. Em trinta anos pesquisando essa espécie, Neiva nunca viu uma situação assim. Em 2014, as araras-azuis saíram da lista brasileira de animais em risco de extinção. Mas com tantas ameaças, isso pode mudar.
“Este ano, a gente identificou pela primeira vez macaco prego pegando filhotes nos ninhos. A gente tem observado, ao longo de vários anos, que a arara-azul não está livre do risco de extinção. Isso é muito triste. Se a gente tem um ambiente sadio, com biodiversidade, nós somos os maiores beneficiados”, diz a bióloga.
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