O animal dorme em paredões de arenito numa área preservada entre os municípios de Canudos e Jeremoabo. Ela voa até 170 Km em busca de comida. Por ser dócil, a ave é uma das mais cobiçadas pelos traficantes de animais.
Há 30 anos, a Arara Azul de Lear está na lista de espécies ameaçadas de extinção. Na década de 80 havia registro de apenas 60 aves desta espécie na natureza, mas um censo realizado em 2010 pelo Instituto Chico Mendes localizou mais de 1.200 exemplares. O nível de ameaça baixou de Criticamente Ameaçada para Espécie em Perigo de Extinção.Conscientização e ação
O avanço só foi possível graças ao trabalho de fiscalização e da ação de biólogos e ONGs. O trabalho começa com a preservação da Palmeira do Licuri ou do Licurizeiro como é popularmente conhecida. Essa é a árvore que produz o Côco do Licuri, alimento preferido da Arara Azul de Lear e que serve de matéria prima para outras atividades.
“Nós tínhamos que estimular algum tipo de renda alternativa, uma outra forma para incentivar as pessoas a preservarem o licuri. Então com o apoio da Fundação Loro Parque, através do Instituto Arara Azul, nós iniciamos um projeto de geração de renda para as comunidades”, conta Simone Tenório, bióloga.
Aos poucos a fibra da palha vai ganhando forma nas mãos dos artesãos. Elas fazem peças de decoração, porta jóias, cestas e utensílios domésticos.
Uma oportunidade de renda e preservação que está sendo multiplicada em outras comunidades baianas para garantir a continuidade das ações.
São nove anos do programa de conservação da Arara Azul de Lear e a cada ano ele se desenvolve ainda mais. Já são 44 artesãos trabalhando de forma consciente com a palha do licurizeiro nas cidades de Santa Brígida e Euclides da Cunha, na Bahia. As peças produzidas já são comercializadas para Salvador, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Assim a Arara Azul de Lear vai recebendo o valor que merece. No município de Euclides da Cunha ela é homenageada em praça pública. Fotos e textos são usados para despertar ainda mais a consciência de turistas e moradores. Informação G1 Bahia.
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