sábado, 12 de junho de 2021

Como estão os cuidados com o primeiro filhote de ararinha-azul da Caatinga após a extinção

Olá Araras Azuis! Eu estou muito emocionada com essa matéria! Bem primeiramente essa matéria não é da minha autoria e sim do site G1!

Ave nasceu em abril de 2021 fruto de indivíduos adultos trazidos da Alemanha ao Brasil; pesquisador relata o processo para dar chances de vida à espécie que foi extinta na natureza.
No meio da madrugada, os despertadores do doutor Cromwell Purchase e de outros membros da sua equipe regularmente tocam para que eles possam alimentar a esperança. É que ainda coberta por peninhas brancas e acomodada nas mãos de cuidadores, o primeiro filhote de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) da Caatinga brasileira, em 30 anos, recebe os cuidados da equipe de uma associação, depois de ter vindo ao mundo em 13 de abril. Muita expectativa ronda esse nascimento, já que a espécie foi considerada extinta na natureza. 
Doutor Cromwell Purchase é coordenador de projetos científicos e de campo da associação alemã ACTP (Association for the Conservation of Threatend Parrots) que, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), recebeu 52 ararinhas-azuis vindas da Alemanha, em 2020, para serem monitoradas e readaptadas em seu ambiente de origem: a cidade de Curaçá (BA), na Caatinga. O pequeno filhote cuidado por eles é fruto dessas aves adultas, mas foi rejeitado pelos pais. A chegada do filhote foi resultado de um processo que se iniciou em janeiro, com as instalações de caixas de madeira para que as aves pudessem usar como ninhos artificiais. Dois casais manifestaram interesse em se relacionar, rapidamente, com a presença do recurso. “Ambos os pares puseram ovos: o primeiro pôs apenas ovos inférteis e isso acontece, pois às vezes leva tempo para que o processo de acasalamento funcione corretamente ou para que os ciclos reprodutivos das aves estejam alinhados”, explica o pesquisador responsável. A produção de ovos inférteis é tão comum que Purchase destaca que, na natureza, a maioria das ninhadas das maracanãs-verdadeiras (“primas” das ararinhas-azuis da espécie Primolius maracana que se distribuem de forma mais abrangente e possuem melhor grau de conservação) têm ovos inférteis. Mas a equipe não desanimou com as estatísticas, já que o segundo casal de ararinhas parecia estar mais alinhado. A confirmação veio logo: dos quatro ovos botados por eles, dois eram férteis! “É sempre emocionante ver ovos produzidos por pássaros tão raros, pois sabemos que a próxima geração está chegando”, conta o coordenador que, meses depois, presenciou o nascimento do primeiro filhote e se viu diante de um novo dilema. “Sabíamos que era um risco deixá-lo ser cuidado por pais tão inexperientes, mas todo o objetivo do projeto é ter filhotes criados pelos pais, pois eles os preparam melhor para serem soltos na natureza. Portanto, tivemos que dar uma chance”, explica. Segundo o relato de pesquisador, os pais eram extremamente protetores com o filhote, mas pareciam não saber que tinham que alimentá-lo. Pela manhã, com a chegada da equipe para supervisionar o ninho, o filhote já havia morrido. “Foi muito triste ver a cena, mas a natureza pode ser cruel. Sabíamos que só poderíamos dar aos pais um curto período de tempo quando o segundo filhote nascesse e, se eles não o alimentassem, teríamos que pegá-lo para criação à mão”, relembra Dr. Cromwell. O segundo ovo fértil eclodiu dois dias depois. A família foi monitorada, mas os pais não alimentaram o filhote, mais uma vez. Assim, o grupo de pesquisadores decidiu “assumir a cria” e passaram a carregar, literalmente, sobre suas mãos o peso da sobrevivência da primeira ararinha-azul da Caatinga em 30 anos.

Cuidados com o filhote

Além de ser alimentado em pequenos intervalos de horário, o filhote de ararinha-azul ainda precisa se manter aquecido e apresentar um índice padrão de umidade do corpo, o que requer um monitoramento constante por parte da equipe de pesquisadores.

A resposta da ave aos procedimentos também é observada: “pesamos o filhote após cada alimentação para monitorar seu crescimento e ingestão. Tudo isso é feito para garantir que ele tenha a melhor taxa de desenvolvimento possível”, afirma Cromwell.

Os resultados já são visíveis: no dia do nascimento, o filhote pesava 10g e exatamente duas semanas depois, já pesa 100g. Segundo o pesquisador responsável, esse grau de evolução garante que o filhote está respondendo muito bem. Ele ainda destaca que os olhos da pequena ararinha estão começando a se abrir.

ACTP e as ararinhas-azuis

Desde que as mais de 50 ararinhas-azuis adultas chegaram ao Brasil, os pesquisadores do projeto se dedicam integralmente no processo de manutenção das instalações de reprodução e soltura, o que inclui cozinhar e fazer misturas de sementes, frutos e vegetais para as aves, limpar os ambientes, podar a vegetação, construir caixas-ninho onde possam se reservar para a reprodução e até estimular a formação de grupos de maracanãs-verdadeiras livres que ajudarão as ararinhas a se familiarizarem com a natureza, quando soltas.

Para isso, dois funcionários permanentes, um veterinário de plantão, um grupo de campo que varia de quatro a seis pessoas e o auxílio de profissionais do ICMBio, em determinadas tarefas, compõem a equipe responsável. Para doutor Cromwell esse projeto é pioneiro por tentar reintroduzir uma ave extinta sem “professores selvagens”, apenas mediado por humanos e com o futuro auxílio das maracanãs-verdadeiras. Em Minas Gerais, um centro de reprodução das ararinhas-azuis também tenta realizar esse feito.





7 comentários:

  1. As araras azuis e outras centenas de espécies de animais estarão correndo um risco de extinção se for aprovado projeto que praticamente anula licenciamento ambiental. Que possa participar e divulgar essa pressão virtual https://www.licenciamentoambientalfica.org/#block-36892

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  2. É importante que todos cidadãos e cidadãs sejam contra a reforma administrativa porque não atinge os tomadores de decisão e irá ter menos profissionais qualificados nos serviços públicos seja porque irá gerar precarização, contratações temporárias seja por ter risco de passar a ter pessoas desqualificadas para o cargos (como os tomadores de decisão do Ministério do Meio Ambiente e em outros ministérios ) ou que concordam com decisões de governantes sem base técnica científica substituindo concursados em serviços que atendem diretamente a população (ou indiretamente como por exemplo os servidores que trabalham na proteção ambiental) como professores, pesquisadores de universidades públicas federais https://www.change.org/p/c%C3%A2mara-dos-deputados-diga-n%C3%A3o-%C3%A0-reforma-administrativa-pec-32-2020-seja-contra-a-destrui%C3%A7%C3%A3o-do-funcionalismo

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  3. Talvez seus professores ou mesmo você e seus colegas tenham sabido da pesquisa se conseguem acompanhar a revista mencionada na matéria https://www.oc.eco.br/epidemias-aumentam-quando-biodiversidade-declina-alerta-estudo/

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Essa matéria é importante também sobre savanizacao da Amazônia gerando risco para centenas de espécies de animais https://brasil.mongabay.com/?p=187799

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